/Café Filosófico: O Que Pode Uma Mulher no Século XXI? Palestras em Ribeirão Preto – SP

Palestras no mês de outubro de 2008 – às quintas-feiras, 19h: dias 2/10; 9/10; 23/10 e 30/10.

Auditório da CPFL Paulista
Av. Cavalheiro Pascoal Innechi, 888
Jd. Independência
Ribeirão Preto – SP

O que pode uma mulher, no século XXI?:

De Madame Bovary a Madonna, de Amélia às musas da internet, a pergunta de Sigmund Freud insiste: – O que quer uma mulher?

Em sua história recente, a mulher do século XX, nos países ocidentais, conseguiu realizar o feminino muito além do lar. Conquistou o espaço da sociedade civil, numa ruptura revolucionária, realizando a mais importante transformação social do século passado. Agora, na seqüência, se constata a ação mutante feminina na política, na economia e na cultura.

Esta voz feminina atual inspira também as práticas e o discurso amoroso. Uma nova moral sexual surge, na assimetria do encontro: o que era característica ou caricatura do homem, não é mais. São elas que estão colocando na agenda contemporânea uma sexualidade descentralizada, liberada das exigências da reprodução.

Pesquisas diferentes revelam que a incorporação de novas atitudes sexuais é mais acentuada nas moças do que entre os rapazes, indicando que, nesta dimensão da vida, são as mulheres que estariam liderando o processo de mudança. O casamento pode estar deixando de ser, para uma parte significativa de mulheres, a espinha dorsal em torno da qual se organiza a vida feminina. A iniciação sexual mais precoce das mulheres – perto dos quinze anos – e o adiamento do casamento – para perto dos trinta – favorece, em conseqüência, a multiplicidade de parceiros e o aparecimento do sexo sem vínculo ou compromisso. O dia seguinte do encontro não espera mais o telefonema reassegurador.

Será que estes comportamentos são eventuais, limitando-se a pequenos grupos de mulheres dos grandes centros urbanos, ou devem ser considerados como tendências futuras dos modos do relacionamento amoroso? É a partir dessas questões que lhe convidamos a conversar no Café Filosófico: “O que pode uma mulher, no século XXI?”.

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Qui | 2 de outubro 2008 | 19h Ribeirão Preto

Palestra| A globalização é feminina? | Com Jorge Forbes

Essa nova era em que vivemos, de perda de padrões, de múltiplas possibilidades, de privilégio das relações horizontais sobre as verticais, possibilita mais o modo feminino de ser que o masculino. Isso quer dizer que os homens estão no inferno e as mulheres no paraíso? Não necessariamente, pois o feminino põe em questão homens e… Mulheres! Vamos conversar, nesse Café Filosófico, sobre o que pode hoje uma mulher e do que sofre hoje um homem.

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Qui | 9 de outubro 2008 | 19h Ribeirão Preto

Palestra | Sintomas no Feminino: Anorexia, Bulimia, Angústia, Depressão | Com Ariel Bogochvol

Ao mesmo tempo em que, nas sociedades ocidentais contemporâneas, instalou-se uma nova figura social do feminino – a mulher-sujeito, a terceira mulher – que instituiu uma ruptura sem precedentes na ‘história das mulheres’, verifica-se – entre elas, principalmente – o aumento expressivo, ‘epidêmico’, de sintomas como a anorexia, bulimia, angústia e depressão. Por que um avanço democrático aplicado à sua condição social e identitária foi acompanhado por uma intensificação de seu mal estar?

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Qui | 23 de outubro de 2008 | 19h Ribeirão Preto

Palestra | Desejos de mulher: a mãe, a enfermeira, a amante | Com Cláudia Riolfi

Muitas mulheres estão no meio do caminho, perdidas. Conseguiram realizar o feminino muito além do lar e ainda escorregam para soluções gastas dentro dele. Confundem a mulher com a mãe e viram enfermeiras de seus homens e de seus filhos. A conta costuma ser alta, para eles e para ela. Que pena! Existem outras maneiras de uma mulher viver sua sexualidade. Aquelas que insistem em encontrá-las injetam feminilidade nas veias do mundo. Graças a elas, assistimos ao nascimento de uma nova ética.

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Qui | 30 de outubro de 2008 | 19h Ribeirão Preto

Palestra | Felicidade não é bem que se mereça | Com Jorge Forbes

Ninguém merece ser feliz. Aí está uma afirmação provocativa. Fomos acostumados, no mundo anterior – hierárquico e padronizado – a pensar que a felicidade era um bem a ser conquistado. No mundo de hoje, da globalização feminina, temos que suportar afirmações como esta: “É uma desgraça sermos amados por uma mulher porque o merecemos! E como é chata a felicidade que é prêmio ou recompensa por um trabalho bem feito!”. A felicidade não progride, nem se acumula, pois se assim fosse acabaríamos estourando em sua plenitude. A felicidade se dá no acaso, no encontro, na surpresa, daí dizer que ela foge à consciência, que ela é uma magia. O curioso é que para ser feliz, para um momento feliz, pois são sempre momentos e não essências, há que se suportar a sensação de quebra de identidade que fatalmente ocorre. Razão que explica que para alcançar a felicidade é necessária uma boa dose de ousadia e coragem, e não se medir pela expectativa do que esperam de você. Felicidade é suportar o inesperado. É o que nos propomos conversar neste Café Filosófico.